É público e notório que as grades curriculares vêm perdendo a qualidade ano a ano.
No meu caso, toda a minha formação é oriunda do ensino público. Quando eu entrei para o chamado ensino primário, já sabia ler e escrever. Comecei a estudar com o livro Minhas Lições - 1ª Série. Era dureza! Havia distribuição de medalhas aos primeiros colocados. Era exigido asseio absoluto dos alunos, uniformes impecáveis; tudo isso era verificado em revistas diárias, quem não estava de acordo com as regras, voltavam para a casa.
Isso não me provocou nenhum trauma, muito pelo contrário, me ensinou o conceito de disciplina.
Hoje o que vemos alunos que agridem professores. Se uma criança chega com piolhos, não pode ser retirada. Deixam que ela contamine a todas as outras.
Com adoção do critério das promoções automáticas, sabendo ou não, o aluno vai passar de ano, instaurou-se de vez o Pacto da Mediocridade: “O professor finge que ensina e o aluno, por sua vez, finge que aprende”.
Será que nessas condições um dia chegaremos ao nível do primeiro mundo?
É muito comum, hoje em dia, crianças chegarem ao fim de ensino fundamental, porcamente, sabendo assinar o seu nome e conhecendo muito pouco do que deveria saber. E la vão elas para o segundo grau. No meu tempo, em Matemática, estudávamos equações Derivadas e Integrais. Hoje com muito custo, Polinômios.
Bem chegou a hora do ingresso ao Curso Superior. Esses alunos vão entrar, logicamente, pelo sistema de cotas.
Obviamente não estarão em condições de acompanhar o ensino ministrado. O coitado do professor terá como alternativa: baixar o nível das aulas ou reprovar 60 por cento da turma.
Só falta agora adotarem o sistema de promoção automática no Ensino Superior. Aí sim teremos a esculhambação generalizada. Será adotado o conceito: ”O mercado fará a seleção!” Teremos um grande número de formandos que não conseguirão registro profissional. Vide provas da OAB!
Não seria melhor investir na formação técnica?
Aumentar o rigor nas avaliações?
Bem mesmo com as facilidades encontradas, alguns abandonam as salas de aulas.
Esses poderão ter melhor sorte. Poderão chegar ao melhor emprego do Brasil, o de Presidente.
Paulo Edgar Melo