quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CRÔNICA EM MEMÓRIA DE UM GATINHO PRETO E BRANCO



Um belo dia uma gatinha de uma casa vizinha a nossa teve uma ninhada de filhotes. 

De todos eles só um sobrou! Dava pena de vê-los passando fome e todas as vezes que nós alimentávamos nossos gatos, atirávamos, por cima da cerca viva, ração para os dois.

Com o tempo, a mãe já não deixava-o comer, e nós passamos a lhe dar comida dentro do nosso quintal. A partir daí ele passou a morar em cima da cerca, era como se fosse um ninho. Fazendo sol ou chuva e lá permanecia ele. Era só eu ou minha esposa chegar na área externa ele começava a miar a espera de comida.

Ele era muito interessante, era preto com o peito e barriga na cor branca, suas patinhas eram brancas como se fossem luvas e sapatos e o mais curioso era uma mancha abaixo do nariz que parecia um lindo bigode.

Logo ganhou os nomes de português ou Manoel Joaquim!

Como os vizinhos não tinham o menor interesse em ficar com ele ficamos com o bichinho, desse dia em diante passou a ser, para nós, simplesmente “Neguinho”.

Ele era uma grande figura, Era o primeiro na fila da comida e na hora da saidinha para o quintal. Estava sempre aprontando, fugia, dava grandes corridas, subia no telhado e adorava “conversar” com a gente.

Dentro de casa só queria ficar em contato físico conosco, dava sempre uma rodadinha e se jogava ao nosso lado. Era de paz, nunca foi agressivo, simplesmente ignorava as provocações dos nossos dois outros gatos, estava sempre com seus dois grandes olhos brilhando.

De uma hora para outra ele começou a ficar muito caseiro, já não dava as sua tradicionais escapulidas. Nós pensamos “é a idade adulta!”

Mas não era, com o tempo ele começou a perder peso, embora continuasse a se alimentar normalmente. Procuramos a ajuda de um veterinário, exames de sangue foram realizados, nada de grave foi encontrado a não ser um relativo processo anêmico. Foi medicado com vermífugo e vitaminas.

Ele chegou a apresentar uma relativa melhora, no dia 16/02 ele simplesmente parou de se alimentar. Às 3:30h da manhã fui acordado com fortes miados. Ao pegá-lo notei que ele estava com dificuldades de locomoção nas patas traseiras.

Vendo que a situação era muito grave, entrei em contato com o veterinário e o levamos para ser atendido.

Na clínica notamos que o problema havia se estendido para a pata dianteira direita num claro sintoma de um AVC. Ficou internado, mas às 11:30h do dia 17/02 ele se foi.

Sua partida nos deixou órfãos de sua presensa alegre e carinhosa e de seus “buruns buruns” altos e suas cabeçadas fortes e firmes que nos alegravam tanto.

Os quase quatro anos que passamos juntos jamais serão esquecidos. Em nós ficou uma profunda tristeza com a sua ausência.

Para mim, todas as manhãs, após o meu banho, fica muito difícil não encontrá-lo esperando na porta como sempre fazia.

Em agradecimento a esse gatinho que ajudou a iluminar nossas vidas com sua alegria contagiante, dedico essa crônica como prova de reconhecimento por ele ter cruzado os nossos destinos.

MUITO OBRIGADO!

Paulo Edgar Melo

Um comentário:

Unknown disse...

acho uma grande prova de amor,pois se conseguimos reverenciar nossos bichos de estimação desta forma, com certeza é porque sabemos repeitar em todos os sentidos... O PROXIMO.

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