Foi publicado na
coluna do Anselmo Góis, no jornal O Globo, que o ministro Luis Roberto Barroso,
do STF, convocou uma audiência pública para 15 de junho. Quer discutir se é
constitucional o ensino religioso nas escolas públicas.
O ministro convidou
representantes católicos, protestantes, espíritas, judeus, muçulmanos,
umbandistas e budistas.
A Constituição de
1988 determina que o Estado seja laico!
A adoção desse tipo
de disciplina tenderia a se tornar um verdadeiro saco de gatos.
Só no ramo dos
protestantes existem várias correntes. Temos batistas, presbiterianos,
metodistas, adventistas, pentecostais, neopetencostais, etc.
Como seriam essas
aulas? Todas teriam espaço?
Sobraria para os
estados e, principalmente para os combalidos municípios. Teriam eles que
oferecer o ensino religioso para todas as correntes?
Esse ensino seria
obrigatório ou eletivo? De onde viria o dinheiro para pagar esses
“professores”?
Sinceramente não
sei a origem dessa “brilhante” ideia. Deve ser de algum político desocupado com
vontade de aparecer.
Acredito que a
tarefa de orientação religiosa é única e exclusivamente de responsabilidade dos
pais.
Não sei se um
católico ficaria satisfeito com seu filho estudando religião com um protestante
e vice versa.
Hoje em dia está
tão difícil incentivar as crianças ao estudo. Os exemplos são os piores
possíveis! Temos casos de pessoas que não poderiam fazer concursos públicos por
não possuírem o ensino fundamental completo, porém eles ocupam cargos eletivos
com o poder de complicar nossas vidas.
Como seriam elas
motivadas a assistirem essas aulas?
Nosso país passa
por uma crise de honestidade, temos políticos e também padres, pastores, etc.,
envolvidos em escândalos e falcatruas.
Existem coisas
muito mais graves acontecendo na nossa pátria, e tem gente se preocupando com
religião. Ela é importante? Claro que sim! Mas acho que deveríamos preocupar
com noções de civismo, patriotismo, honestidade e solidariedade.
As escolas deveriam
formar cidadãos plenos de seus direitos e principalmente de seus deveres para
com o próximo.
Consciente de suas
obrigações, cada pessoa poderia escolher sua vertente religiosa livremente, sem
a influência de ninguém.
Paulo Edgar Melo
Paulo Edgar Melo
Publicado no Jornal Renascer - jun/2015
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