Cada um de nós,
fugirá, suportará, amará ou enfrentará a sua solidão na proporção exata da sua liberdade, independência, conhecimento, amor-próprio, autossuficiência e personalidade.
É na solidão que
todo o ignorante sente a sua mediocridade e incapacidade de autonomamente gerir
as suas necessidades mentais e espirituais, tendo de recorrer a terceiros que o
guiem pela vida como se fossem cegos.
É também na solidão
que os pensadores revelam toda a sua grandeza mental, perdendo-se dentro de si
mesmos na meditação refletiva sobre a sua filosofia de vida.
Cada um de nós, mais
tarde ou mais cedo acaba por constatar e assumir os seus coeficientes de
inteligência ou idiotice, em relação a qualidade dos seus neurónios a qual é refletida
nas boas ou más decisões que tomamos na vida.
Ninguém tem o poder
para marcar, definir ou programar o nosso destino ou a data da nossa morte a
não ser o tempo. Somos sempre nós que escrevemos a nossa biografia, sendo o
destino o reflexo de uma coleção das nossas escolhas.
A sua vida será tão
boa interessante e extraordinariamente bela como se tratasse de pintura ou
escultura, dependendo apenas se você tem a capacidade e qualidade artística
para fazer dela uma obra de arte ou um aborto da natureza sem valor ou
interesse.
Muitas vezes
pergunto a mim mesmo se serei capaz de identificar os meus inimigos, e depois
de alguns minutos para os listar, eu sei que em primeiro lugar estou eu mesmo,
seguido da minha ignorância, impaciência, intolerância, irascibilidade,
arrogância, os meus apegos, hábitos, vícios, verdades e mentiras, esses são os
meus inimigos.
Tudo aquilo que
consome a nossa mente, controla a nossa vida, liberte-se de pensamentos
inúteis, trivialidades e crenças que apenas conduzem a becos sem saída.
Os valores e
verdades fundamentais onde alicerçamos as estruturas das nossas vidas, têm de
ser definidos e encontrados por nós próprios, e nunca por doutrinação
ideológica de terceiros.
O verdadeiro idiota
e ignorante, autossustenta-se apenas com o seu débil e fraco conhecimento
sentindo-se perfeitamente inchado de sabedoria e realizado na sua mediocridade.
Acreditar ou renegar
de forma inteligente e cerebralmente consciente são sempre decisões respeitáveis.
Excetuando as verdades cientificamente evidenciadas e provadas, todas as outras
impostas pela fé ou crença são o resultado de opções individuais, as quais
podem ser aceitas
ou negadas sem que ninguém tenha o direito de se ofender.
Tudo aquilo que pode
ser afirmado como verdade sem evidências e provas, pode também igualmente ser negado. Nada
no mundo é mais perigoso do que a ignorância cândida e sincera aliada a uma
estupidez conscienciosa e cúmplice na propagação de inverdades.
Nunca tive grandes
afinidades com pessoas de mentes rasas e estreitas, sem um pequeno balsamo da
loucura ou excentricidade, veneno, humor negro, ironia, bondade e com alguma
perversa maldade.
A grande maioria da
humanidade nada no oceano da ignorância agarrados a boias de salvação
doutrinarias de mitos e lendas com receio de se afogarem na profundidade das
verdades do conhecimento as quais destruam as suas ilusões.
A minha vida pessoal
desde que nasci foi feita a completar os vazios da minha mente tentando
enriquecê-la com conhecimento e sabedoria, mesmo
assim, morrerei sem ter preenchido a
maior parte dela, pois tudo aquilo que sei reduz-se apenas uma gota de água em
comparação com o tamanho do oceano.
As viagens mais
maravilhosas que fiz na vida não foram ao centro da terra, a volta do mundo ou aos confins paradisíacos do
universo, mas sim às
profundezas viscerais de mim mesmo.
A dor, o
insucesso e a derrota apenas têm
duas formas de se manifestar ou te destroem pela tua fraqueza, ou te deixa mais
forte pela incapacidade de te derrubar. Sempre dispensei elogios em detrimento
dos aplausos da minha consciência.
As maiores tiranias
despóticas, torturas, massacres, genocídios e crimes cometidos ao logo da História da Humanidade, foram sempre feitos em nome de causas
pretensamente nobres, justas, ideológicas, religiosas, politicamente
expansionistas e por supremacias raciais.
Metafórica e
alegoricamente pensando, acho que me posso comparar a uma borboleta pelas
longas e silenciosas metamorfoses que passei ao longo da vida.
O homem comum
medíocre, conformista, doutrinado, amestrado, obediente e formatado, não tem
capacidade intelectual para debater sobre os grandes e graves problemas que
afetam a humanidade, pois não tem ecletismo suficiente para o fazer. São seres
humanos que vivem socialmente amparado na autoridade e dependentes do
conhecimento de terceiros comportando-se como ovelhas no rebanho.
É essa inercia
intelectual que caracteriza o homem comum e medíocre. Nunca atinja o estágio
deplorável de ter de concluir tarde demais na sua vida, que idiótica e
futilmente acreditou com fé e devoção em falsidades.
Quando isso acontece
e nos consciencializamos de que fomos burlados a viver na mentira, é como
acordar de um pesadelo com suores frios envergonhados da nossa ingenuidade em termos
apenas existido cerebralmente mortos.
O passado é lugar
para criarmos memórias e não raízes, viaje pouco pelo passado, invista no
presente e nem sequer pense no futuro pois não sabe se quando lá chegar, estará
vivo para o gozar. E para terminar em estilo sem usar nenhum cliché, aqui vos
deixo o meu pensamento final.
Nunca haverá uma
versão final de mim perfeita. Viverei até morrer a fazer ajustamentos,
substituições, preencher vazios, apertar e alargar porcas e parafusos,
substituindo mentiras por verdades, e todo esse trabalho de aperfeiçoamento e
enriquecimento mesmo assim me fará morrer incompleto e inacabado.