Em 1968 o grande ator Lucio Mauro criou dois
personagens para o programa "Balança, Mas Não Cai" que ficaram
famosos no Brasil inteiro: Fernandinho e Ofélia. Fernandinho era um homem rico
e sofisticado que vivia constrangido pela extrema burrice da esposa
"Ofélia", que era interpretada inicialmente pela atriz Sônia Mamede.
Nesse quadro o "Fernandinho" sempre
defendia a esposa diante dos seus visitantes cada vez que ela falava uma
asneira imensurável, porém todas as vezes assumia que apesar de burra ela
servia para satisfazer seus desejos sexuais, quando dizia que ela podia ser
"atrapalhada" ou ter "um jeito burrinho", mas debaixo dos
lençóis... Bom, de verdade ele dizia que naquele reino, fora da cama ela era uma
jumenta e na cama uma rainha, daí as coisas se compensarem.
O quadro era muito engraçado e quem era
inteligente sabia que não se tratava de ofender pessoas simples ou com pouco
conhecimento, e sim caricaturar as burras e fúteis. As pessoas simples guardam
um tesouro muito grande que é a sabedoria. A Ofélia não caricaturava a mulher e
sim as pessoas burras de uma forma geral, pois há por aí inúmeros
"Ofélios" também.
Tempos depois o programa "Sai de
Baixo" copiou o formato da Ofélia e criou a Magda (interpretada pela
Marisa Orth), cujo jargão que a marcava era "cala a boca Magda"!
Magda era tão burra e tão fútil quanto a Ofélia e ainda só servia para os
mesmos propósitos.
Até aí tudo bem, porque era um humor focado nas
tais caricaturas e não faziam alusão a nada conhecido no mundo real. O grande
problema veio com a chamada "pátria educadora" e com a internet, que
passou a criar Ofélias e Magdas às toneladas e a dar visibilidade a essas
aberrações.
A política não passou incólume. Tivemos uma
Ofélia encarnada numa presidente da república que nos fazia rir a cada
declaração. Dilma era a própria Ofélia, e o brasileiro, sempre com vergonha, se
limitava a rir das suas declarações que eram capazes de fazer os escritores do
quadro da Ofélia uns meros estagiários de redação.
Outro exemplo: Quem ouve parlamentares como a
Talíria Petrone, Sâmia Bonfim. Janone ou Erika Kokay sente um ímpeto de gritar
"CALA A BOCA MAGDA"! - Mas foram eleitos e tristemente transformam o
plenário numa "citycom" que empalidece seus pares mais cultos.
As redes sociais espalharam pelo Brasil as
inúmeras Magdas e Magdos, dando visibilidade a Felipe Neto e outros seres
ignóbeis que se projetaram falando as piores asneiras, e com declarações tão
profundamente estúpidas, que são capazes de corar qualquer criança do Jardim I.
No meio musical projetaram funkeiros
analfabetos que além de não cantarem nada, cantam com um português sofrível e
denotam apenas que o brasileiro medíocre - identificado com essa falta de
cultura emanada pelos seres mais estúpidos da periferia - idolatra esse tipo de
gente em vez de valorizar a verdadeira cultura. Cada um se deita na cama em que
lhe cabe... Para muitos só o chiqueiro.
Recentemente vi que uma "influenciadora
digital", num total desconhecimento sobre genética, fez plástica para que
os filhos nascessem bonitos. Não riam. Isso é muito triste, pois o fato de essa
mula ter milhares de seguidores nos sinaliza o péssimo futuro que espera o
Brasil. Olhem a quem nossos jovens seguem!
Então, a burrice e a ignorância que antes não
passavam de humor, passaram a ser glamourizadas como uma espécie de padrão no
país dos filósofos do vazio (Karnal e Cia) e da "pátria educadora
freireana", aquele que foi o precursor de um método que converte
potenciais mentes pensantes em Ofélias e Magdas reais, e isso ainda ajudado por
professores formados pelo mesmo método e pelo bombardeio constante da cultura
do ignóbil pelas redes sociais.
Hoje o brasileiro assiste esse triste quadro de
humor com um presidente ignorante e uma primeira-dama fútil.
Bastará plantar capim e as novas gerações
estarão alimentadas.
- Marcelo Rates Quaranta
Se eu fosse você, eu compartilharia, até porque
os petralhas precisam se redimir desse mal que se instalou nesse país, afinal,
eles fizeram o L, né?
Palmas ao jornalista Marcelo Quaranta pelo
texto tão fidedigno à realidade que estamos vivendo no Brasil. Como diz o
autor:
“Hoje o Brasil aplaude de pé a ignorância.
Amanhã não precisará mais de soja, milho, etc. Bastará plantar capim e as novas
gerações estarão alimentadas.”
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