terça-feira, 7 de abril de 2015

O QUE VOCÊ VAI SER QUANDO CRESCER?



Quantas vezes muitos leitores ouviram essa frase no passado?

Os nossos pais, tios, avós e conhecidos, muitas vezes em sua ignorância, gostavam de fazer esse questionamento.

Éramos forçados, graças a Deus, a pensar em nosso futuro.

Médico, engenheiro, militar, professor, etc. Já pequenos já desenvolvíamos essas pretensões.

Com o passar do tempo essa vontade de ser alguém na vida ia crescendo, era muito comum em conversas com os professores e com alguns colegas, trocar ideias e tentar tirar dúvidas sobre o que era necessário para galgar o nosso sonho.

No ensino público, o hoje chamado de ensino médio, recebia a denominação de Segundo Grau ou Científico. Era dividido em três áreas: Engenharia, Medicina e Clássico.

De acordo com a área de interesse do aluno a escolha era facultada. Quem gostava de Matemática, logicamente, escolhia engenharia.

Líamos muito, tínhamos assunto, falávamos de Astronáutica, Geografia, História, e claro de futebol.

Frequentavamos festas, bailes, tínhamos namoradas, mas estudávamos! Qualquer descuido era reprovação na certa. Não tinha essa estória de aprovação automática!

Passei por uma experiência muito desagradável há alguns anos atrás. 

Na época era professor de uma instituição de nível superior no Rio de Janeiro. Esta faculdade criou um programa de bolsa de estudos de 50% para alunos do ensino público.

Eu era responsável pela divulgação do projeto. O primeiro que visitei, foi aquele em que havia estudado o CE Raja Gabaglia. O auditório estava cheio com mais de cem alunos. Tomei coragem e fiz uma pergunta: Quantos ali presentes queriam fazer um curso superior?

Decepção – Só três alunos levantaram o braço!

O que fizeram com o meu colégio? O que aconteceu com aqueles alunos que se orgulhavam de ser a elite? Já não existiam mais?

Estragaram tudo!

Em minha opinião, a maioria dos jovens já não é treinada para o futuro. O presente é que importa.

A minha geração tem que ser muito grata a aquelas pessoas que nos cercavam principalmente aos nossos pais pelo incentivo e às vezes com boas varadas nas pernas para que formássemos, e para que na vida adulta pudéssemos viver com dignidade sem depender de Bolsas isso e aquilo.

Precisamos urgentemente voltar a perguntar para nossas crianças:

O que você vai ser quando crescer?

Paulo Edgar Melo

Publicado no Jornal Renascer 2ª quinzena - ago/2015 



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