segunda-feira, 6 de julho de 2020

CONFLITO GENERALIZADO




Era carnaval, ainda era muito jovem.

Estava em casa, no conforto do lar quando um grupo de colegas me chamou. Era um convite para sair de bate bola, coisa que nunca tinha feito antes.

Aleguei que não tinha roupa, mascara etc. Disseram que não tinha nenhum problema e que haviam arrumado tudo para mim.

O grupo era formado por cinco membros e eu fui o sexto.

Na época frequentava a Rua Amaral Costa em Campo Grande onde tínhamos vários colegas.

Dessa rua saía, todos os anos, um grupo de mais de cem componentes. Era respeitado e temido por todos. Só que nesse ano, não sei por que cargas d’ água, eles não saíram.

E lá fomos os seis patetas, pelas ruas do bairro.

 Encontramos com um amigo nosso que havia sido espancado por um grupo de bate bolas. Resolvemos vingá-lo.

Encontramos com esse grupo e aplicamos nele umas boas bexigadas.

Ficamos todos contentes e nos dirigimos para a Rua Amaral Costa. Estávamos todos animados, quando a parte mais alta da rua ficou toda colorida. Era um grande bando de bate bolas que vinham em nossa direção.

Fomos cercados, começaram uns empurrões, ameaças, etc. Felizmente, por enquanto, ficou nisso. Eles foram embora.

Voltamos a nossa tranquilidade e as brincadeiras costumeiras. Quando de repente, o grupo voltou. Dessa vez se dividiram em dois grupos, e nos cercaram dos dois lados.

Ficamos encurralados contra um murro, havíamos nos armados com o que estavam disponíveis paus e pedras. Um colega que morava na rua saiu para nos defender. O pau comeu para valer. Batemos muito, em contrapartida também apanhamos.

Nesse momento a briga estava se generalizando, vários moradores da rua surgiram em nossa defesa. O tumulto foi geral.

Uma senhora que estava passando pelo local, se escandalizou com a confusão e gritou uma frase mágica. ”Vou chamar a polícia!”. Um milagre aconteceu, a briga parou na hora. A turma se retirou, alguns estavam machucados e nós também. 

Nossos corpos estavam muito doídos, mas tudo terminou bem.

Não preciso dizer que foi a primeira e a última vez que usei essa fantasia.
  
Paulo Edgar Melo


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