Era carnaval, ainda
era muito jovem.
Estava em casa, no
conforto do lar quando um grupo de colegas me chamou. Era um convite para sair
de bate bola, coisa que nunca tinha feito antes.
Aleguei que não tinha
roupa, mascara etc. Disseram que não tinha nenhum problema e que haviam
arrumado tudo para mim.
O grupo era formado
por cinco membros e eu fui o sexto.
Na época frequentava a
Rua Amaral Costa em Campo Grande onde tínhamos vários colegas.
Dessa rua saía, todos
os anos, um grupo de mais de cem componentes. Era respeitado e temido por
todos. Só que nesse ano, não sei por que cargas d’ água, eles não saíram.
E lá fomos os seis
patetas, pelas ruas do bairro.
Encontramos com um amigo nosso que havia sido
espancado por um grupo de bate bolas. Resolvemos vingá-lo.
Encontramos com esse
grupo e aplicamos nele umas boas bexigadas.
Ficamos todos
contentes e nos dirigimos para a Rua Amaral Costa. Estávamos todos animados,
quando a parte mais alta da rua ficou toda colorida. Era um grande bando de
bate bolas que vinham em nossa direção.
Fomos cercados,
começaram uns empurrões, ameaças, etc. Felizmente, por enquanto, ficou nisso.
Eles foram embora.
Voltamos a nossa
tranquilidade e as brincadeiras costumeiras. Quando de repente, o grupo voltou.
Dessa vez se dividiram em dois grupos, e nos cercaram dos dois lados.
Ficamos encurralados
contra um murro, havíamos nos armados com o que estavam disponíveis paus e
pedras. Um colega que morava na rua saiu para nos defender. O pau comeu para
valer. Batemos muito, em contrapartida também apanhamos.
Nesse momento a briga
estava se generalizando, vários moradores da rua surgiram em nossa defesa. O
tumulto foi geral.
Uma senhora que estava
passando pelo local, se escandalizou com a confusão e gritou uma frase mágica.
”Vou chamar a polícia!”. Um milagre aconteceu, a briga parou na hora. A turma
se retirou, alguns estavam machucados e nós também.
Nossos corpos estavam muito
doídos, mas tudo terminou bem.
Não preciso dizer que
foi a primeira e a última vez que usei essa fantasia.
Paulo Edgar Melo
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