Passei grande parte da
minha adolescência em uma praia chamada Coroa Grande que fica na Costa Verde do
Rio de Janeiro.
Tínhamos uma casa
nesse local onde passei a frequentar desde os 11 anos com o meu pai.
Consegui formar um
grupo de amizades, jogava bola, me divertia muito.
Normalmente éramos
quatro, sendo que um de nós era morador local.
Estávamos às vésperas
de carnaval, chegamos numa sexta-feira e resolvemos dar um passeio de barco.
Esse barco era muito
pequeno, normalmente feito para uma só pessoa e nos éramos quatro.
Meu pai viu quando o
barco estava sendo tirado e perguntou onde nós pretendíamos chegar com ele. Até
a ponte foi à resposta! Ele disse: vocês não vão chegar lá, esse barco está com
excesso de peso, vão afundar. Mesmo assim vou esperar vocês lá!
Lá fomos nós, faltavam
uns quatro dedos para a água entrar no barco, um teve a ideia de irmos até as
cercadas de peixe, fomos. De lá tivemos a ideia de jerico de chegar até a Ilha
de Itacuruçá.
Esquecemos totalmente
do combinado com o meu pai!
Chegamos próximos a
uma corrente forte, eu falei que não deveríamos avançar mais porque o barco não
ia aguentar.
Felizmente tomamos a
decisão certa!
Na volta paramos o
barco e começamos a tomar banho.
De repente notamos uma
canoa vindo em nossa direção a toda velocidade. Era o meu pai com um vizinho.
A canoa circulou o
barco, meu pai perguntou se estava tudo bem, e soltou a bomba:
Quando chegar em
casa, arruma suas coisas que nós vamos embora.
Ferrou tudo, pensei!
Lá se foi meu carnaval.
Mais do que depressa
começamos a voltar.
Logo deu para observar
a quantidade de pessoas que estavam a nossa espera.
Vamos entrar na pancada,
foi nosso comentário. O pai de um dos nossos consegui minorar os fatos com
coisas do tipo “Nós também fomos jovens e fizemos nossas besteiras, felizmente
eles estão bem, etc.”
Tudo foi contornado e
aquele carnaval foi um dos melhores de minha vida.
Nota: A razão de toda
essa confusão foi que meu pai cansou de esperar por nós na ponte. Voltando ao
local de nossa partida, viu nosso barco muito afastado, não consegui ver os
remos se mexendo, pensou que estávamos a deriva e mobilizou todo esse
aparato.
E tudo acabou bem!
Paulo Edgar Melo
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