segunda-feira, 6 de julho de 2020

PASSEIO DE BARCO




Passei grande parte da minha adolescência em uma praia chamada Coroa Grande que fica na Costa Verde do Rio de Janeiro.

Tínhamos uma casa nesse local onde passei a frequentar desde os 11 anos com o meu pai.

Consegui formar um grupo de amizades, jogava bola, me divertia muito.

Normalmente éramos quatro, sendo que um de nós era morador local.

Estávamos às vésperas de carnaval, chegamos numa sexta-feira e resolvemos dar um passeio de barco.

Esse barco era muito pequeno, normalmente feito para uma só pessoa e nos éramos quatro.

Meu pai viu quando o barco estava sendo tirado e perguntou onde nós pretendíamos chegar com ele. Até a ponte foi à resposta! Ele disse: vocês não vão chegar lá, esse barco está com excesso de peso, vão afundar. Mesmo assim vou esperar vocês lá!

Lá fomos nós, faltavam uns quatro dedos para a água entrar no barco, um teve a ideia de irmos até as cercadas de peixe, fomos. De lá tivemos a ideia de jerico de chegar até a Ilha de Itacuruçá.

Esquecemos totalmente do combinado com o meu pai!

Chegamos próximos a uma corrente forte, eu falei que não deveríamos avançar mais porque o barco não ia aguentar.

Felizmente tomamos a decisão certa!

Na volta paramos o barco e começamos a tomar banho.

De repente notamos uma canoa vindo em nossa direção a toda velocidade. Era o meu pai com um vizinho.

A canoa circulou o barco, meu pai perguntou se estava tudo bem, e soltou a bomba: 

Quando chegar em casa, arruma suas coisas que nós vamos embora.

Ferrou tudo, pensei! Lá se foi meu carnaval.

Mais do que depressa começamos a voltar.

Logo deu para observar a quantidade de pessoas que estavam a nossa espera. 

Vamos entrar na pancada, foi nosso comentário. O pai de um dos nossos consegui minorar os fatos com coisas do tipo “Nós também fomos jovens e fizemos nossas besteiras, felizmente eles estão bem, etc.”

Tudo foi contornado e aquele carnaval foi um dos melhores de minha vida.

Nota: A razão de toda essa confusão foi que meu pai cansou de esperar por nós na ponte. Voltando ao local de nossa partida, viu nosso barco muito afastado, não consegui ver os remos se mexendo, pensou que estávamos a deriva e mobilizou todo esse aparato. 

E tudo acabou bem!

Paulo Edgar Melo



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