Eu sempre fui meio
metido à besta, nunca gostei de engolir desaforos e respondia na mesma moeda.
Estava no quinto ano
da escola primária, tinha uma mãe de aluna, que era filha do barbeiro do local,
que adorava alardear os feitos da sua filha e humilhar as outras crianças.
Sempre fui estudioso,
sempre fiz questão de ficar entre os primeiros alunos da sala. Porém, dessa
vez, ela escolheu o cara errado para implicar.
Começou, para variar,
a elogiar os méritos de sua filha. Chegou para minha mãe e disse que sua filha
recebera da professora um livro com título “Coelhinha Esperta” e eu o “Bezerro
Cabeçudo”, que a filha dela era a mais inteligente da sala, só tirava em
primeiro lugar, etc.
Aquilo foi me dando
uma raiva daquelas, a vontade que tive era de voar em cima da bruaca.
Respirei e falei, para
espanto de minha mãe: “Dona Cuca, sua filha só tira em primeiro lugar porque
não faço questão. Agora a senhora me provocou, esse mês que vai tirar o
primeiro lugar serei eu”.
Na época existia uma
medalha, itinerante, que era colocada naquele que ficasse em primeiro lugar.
Bom não deu outra
coisa, era outubro e o primeiro lugar, com folga, foi meu.
Estava vingado! Porém
ela não me passou a medalha e continuou a utilizá-la. Já estava para lá de
satisfeito! Tinha um colega de nome Genaro, ele se levantou e questionou a
professora sobre o fato.
O nome da professora
era Rosaly, ela dirigiu-se a aluna mandando que ela me entregasse a medalha.
Ela se levantou e jogou a medalha sobre a minha carteira (mesa).
Ai ocorreu à fase
final da vingança, me levantei e disse que era para ela colocá-la no meu peito,
pois tinha sido muito mal educada.
A professora concordou
comigo, e ela aos prantos, teve que colocar a medalha no seu devido lugar.
No mês seguinte tirei
o primeiro lugar novamente, a medalha era usada dentro do bolso da camisa do
uniforme, no último dia de aula devolvi a medalha para a professora.
Calei a boca da
dondoca!
Paulo Edgar Melo
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